O Desafio foi aceito
Era uma época em que os desafios malucos dominavam as redes sociais. Todo mundo queria participar, seja por fama, por diversão ou só para se sentir incluído. Eu, Julia, e meu melhor amigo, Lucas, éramos dois desses jovens que caíram na onda. Tínhamos um canal pequeno, mas com um público fiel, e decidimos que era hora de fazer algo grande. Algo que nos colocasse no mapa.
O desafio era simples: passar 24 horas em um hospital abandonado, conhecido por histórias de fantasmas e eventos inexplicáveis. Parecia assustador, mas também emocionante. Mal sabíamos que aquela decisão mudaria nossas vidas para sempre.
Chegamos ao local ao entardecer. O hospital era enorme, com janelas quebradas e paredes cobertas de grafites. O vento uivava entre os corredores vazios, e o cheiro de mofo era insuportável. Lucas, sempre o corajoso, carregava a câmera enquanto eu segurava uma lanterna. Começamos a transmissão ao vivo, e logo tínhamos cerca de 200 pessoas assistindo. A energia estava alta, e estávamos determinados a fazer aquela noite inesquecível.
As primeiras horas foram tranquilas. Brincamos, contamos histórias de terror e exploramos os corredores. Mas, por volta da meia-noite, algo mudou. O ar ficou mais pesado, e os sons ao nosso redor pareciam mais altos. Passos ecoavam no corredor, mesmo que não houvesse ninguém lá. A lanterna começou a piscar, e a câmera capturava sombras que não deveriam existir.
Foi então que ouvimos. Um sussurro. Baixo, quase imperceptível, mas lá estava. “Saia…” Lucas riu nervosamente, tentando manter a calma, mas eu senti um frio na espinha. Ignoramos e continuamos, mas os sussurros não pararam. Eles vinham de todas as direções, como se o próprio hospital estivesse nos alertando.
Por volta das 3 da manhã, a situação piorou. A câmera começou a falhar, e a transmissão ao vivo ficou instável. Os espectadores comentavam sobre vultos atrás de nós, mas quando olhávamos, não havia nada. Até que Lucas parou abruptamente. Ele estava olhando para algo no chão: uma boneca quebrada, com os olhos arrancados e manchas escuras que pareciam sangue seco.
“Vamos embora”, eu disse, minha voz tremendo. Lucas concordou, mas quando tentamos sair, percebemos que estávamos perdidos. Os corredores pareciam ter mudado, e todas as portas que tentávamos estavam trancadas. Foi então que ouvimos uma risada. Aguda, estridente, vindo de algum lugar acima de nós.
Subimos as escadas, quase em pânico, e encontramos uma sala no último andar. A porta estava entreaberta, e uma luz fraca saía de dentro. Lucas, movido por uma curiosidade mórbida, entrou primeiro. Eu o segui, relutante. A sala estava cheia de fotos antigas, todas de pacientes do hospital. Mas havia algo errado. As fotos pareciam… vivas. Os olhos seguiam nossos movimentos, e os sorrisos eram distorcidos, quase ameaçadores.
Foi quando a porta atrás de nós bateu com força. Corremos para abri-la, mas estava trancada. A risada voltou, mais alta agora, e as luzes começaram a piscar. No escuro, vi algo se movendo. Uma figura alta, magra, com braços longos demais para ser humana. Ela se aproximou lentamente, e eu gritei para Lucas correr. Mas ele não se moveu. Ele estava paralisado, olhando fixamente para a figura, como se estivesse em transe.
A última coisa que lembro é de ser puxada para trás por uma força invisível. Quando acordei, estava do lado de fora do hospital, sozinha. A câmera estava ao meu lado, mas a transmissão havia sido interrompida. Lucas havia desaparecido.
A polícia foi chamada, mas nunca encontraram nenhum vestígio dele. O hospital foi demolido algumas semanas depois, e o caso foi arquivado. Eu nunca mais fui a mesma. Até hoje, tenho pesadelos com aquela noite. E, às vezes, quando estou sozinha no escuro, ainda ouço a risada.
Se você gostou dessa história, não se esqueça de curtir e comentar este vídeo. E, se algum dia pensar em participar de um desafio perigoso, lembre-se: nem tudo o que parece divertido vale a pena. Até o próximo relato.